Um garoto de Diadema, deficiente físico carente se envolve com a linguagem do audiovisual, entra em um núcleo de CINEMA (COM-OLHAR) e após um curto espaço de tempo começa a produzir, chegando a dirigir seu primeiro trabalho. Por iniciativa própria, volta a estudar. Um dia em sua escola, depois de assistir um filme que a professora passou, ele conta aos colegas e professores, que ele participa de um Núcleo de produção e que ele havia dirigido um vídeo. Um dos professores sugere a ele trazer um de seus trabalhos a mostrar na escola. Ele leva e o sucesso é tão grande que, o pedido estende-se para toda a escola, O sucesso é ainda maior, pois desta vez, ele leva outro produtor e membro do núcleo de produção. Um debate é travado entre os produtores e a comunidade escolar. Daí pra frente os pedidos não param. Então surge a idéia de se fazer uma exibição em outras escolas e comunidades de bairro, em espaços diferentes, com público diversificado. Nasce “MASCATE CINECLUBE” o cinema ambulante.
O Mascate exibe hoje em vários pontos da zona sul de São Paulo, em praças públicas, associações de bairros, escolas e em qualquer lugar onde a comunidade clame por ver o filme na tela grande. As exibições na rua congregam a comunidade local, que depois comenta e debate o filme e a temática. Quando é montada a tela e os equipamentos de exibição a comunidade observa e participa, perguntando ou mesmo ajudando em algumas tarefas, é uma construção coletiva e no momento da exibição muitos trazem de casa sua cadeira e a magia do cinema acontece.
A programação obedece sempre à vontade e interesse local, voltada para um tema gerador, que permita um debate amplo por aqueles que assistem ao filme, mesmo que pela primeira vez, alias, este é o objetivo, abrir janelas para o mundo em que estes vivem.
O cineclube conta com outra figura muito singular Miguel Batista, cordelista, que dá ao cineclube um caráter personalizado. seu ofício, ganha pão é ser pedreiro, mas é no cinema que encontra seu verdadeiro “eu” Ultimamente a grande imprensa vem noticiando a existência deste membro do Núcleo COM-OLHAR, o pedreiro cineasta.
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